As Estreias da Semana em Portugal
Um olhar sobre a Blogosfera do Cinema.
A política Hitchcock
Quando, em 1960, Alfred Hitchcok estreou o filme Psycho, fê-lo de modo a manter o mais absoluto secretismo relativamente ao enredo do filme. Com o fito de manter, ao máximo, o secretismo e, consequentemente, aguçar a curiosidade de todos os potenciais espectadores, Hitchcock, numa brilhante política de marketing, criou o conceito “Política Hitchcock”.
Trata-se de uma política muito simples: Hitchcock solicitava aos seus espectadores que não contassem o enredo do filme aos seus amigos, sob o pretexto de desejar que os espectadores se deslocassem aos cinemas sem qualquer ideia prévia, de modo poderem avaliar, por si, a qualidade do filme e a poderem retirar o máximo do mesmo.
Todavia, o elemento da política Hitchcock que pretendo salientar é outro. Com efeito, sempre guiado pela máxima de que o espectador deveria retirar todo o divertimento possível do filme, Hitchcock forçou a implantação de hábitos muito rígidos em todos os cinemas que exibissem Psycho: não poderia ser vendido um único bilhete após o início da projecção. Todo o espectador incauto que chegasse atrasado, teria de se contentar com uma de duas alternativas: ou voltava noutro dia (desta feita, a horas) ou esperava pela próxima sessão. Adicionalmente, para que os espectadores estivessem cientes das horas, uma voz of, no recinto do cinema, indicava-se qual o tempo para o início da sessão: Ten minutes to Psycho time, five minutes to Psycho time,…
Motivo: Hitchcok entendia que o espectador só se divertiria e tiraria o máximo proveito do filme se não perdesse um único segundo. O cerne desta política estava ligado à ideia de “viver” Psycho (experience Psycho)
Ora, volvido quase meio século sobre a estreia de Psycho, creio que urge repensar a utilidade deste aspecto particular da política Hitchcock. Na verdade, cada vez mais me sinto incomodado – e julgo não ser o único - com o triste hábito de os cinemas lusos permitirem a entrada de espectadores retardatários. Por vezes com um bom quarto de hora de atraso, ou mais…
Conforme é facilmente perceptível, a entrada de um espectador retardatário perturba, distrai e, por via de regra, é barulhenta, levando, também, ao acto muito incomodativo de as pessoas terem de se levantar para que o retardatário possa ocupar o seu lugar. É todo um ritual que é violentado e frustrado. Efectivamente, a sala escura cujo silêncio apenas é interrompido pela voz dos espectros e pela música que os embala e anima foi concebida para, durante uma projecção, permitir viver experiências por parte dos espectadores.
Acontece que para tais experiências possam ser vividas, é mister que não haja interferências externas. Sendo assim, lanço mais um repto: porque não proibir a entrada de espectadores na sala após o início da projecção? Trata-se, aliás, de política já seguida, com sucesso, por alguns Teatros. Na verdade, quando um filme é concebido, montado e distribuído é intenção de todo o realizador que o filme seja visto na íntegra. Por isso mesmo, creio que a política Hitchcock se impõe: ela tem tanto de respeito dos espectadores para com realizador, produtor, argumentista e actores, como é um sinal de respeito dos proprietários das salas de cinema para com o espectador, que paga para ver um filme e não uma projecção plena de peripécias, ruídos de fundo e incómodos causados pelos que chegam tarde.
Concluo com uma observação: que se saiba, aos retardatários é cobrado na íntegra o preço do bilhete sem que haja lugar a desconto. Ora, esse preço é o melhor dos indícios que o bilhete granjeia o acesso à projecção integral de um filme e não a uma determinada percentagem da película… Por isso mesmo, impõe-se a adopção da política Hitchcock. Algum voluntário para a implantar?
Hugo Alves
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É já nas próximas quartas-feiras dias 21 e 28 de Junho que o Trash Film Fest regressa ao mundo dos vivos para mais uma noite de terror. Desta vez são os zombies que invadem Alfama indo matar a sede ao bar Última Sé, aberto para oefeito a partir das 21h30.
Os filmes a apresentar foram realizados entre 1974 e 1987, 13 anos em que osZombies definitivamente reafirmaram o seu espaço no cinema de terror.
E os aperitivos são:
Após uma semana em que as ruas se encheram de gente, os Zombies tomam contado bairro.
Mais info em:http://cinemaesquisito.blogspot.com/
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Post: Parabéns a você
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Agradecimentos a todos os que votaram na Sondagem de Maio.
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